sábado, 4 de maio de 2013

Salve a Copa - Texto com informações sobre justiça social no período da República Velha relacionado com os dias atuais


Salve a Copa
A República Velha, que foi a primeira república do Brasil, é o período compreendido entre 1889 (Proclamação) até 1930 (Revolução), onde havia o domínio absoluto dos grandes fazendeiros, ou seja, oligarquias agrárias. A aliança com o exercito foi decisiva para essa nova fase do país (Republica das Espadas 1889 a 1894). Em 1891 foi homologada a primeira constituição brasileira, que tinha como as principais mudanças o voto universal, o Federalismo e a extinção do poder moderador. Após isso os cafeicultores paulistas ocuparam o espaço do poder, dando início à República das Oligarquias. Durante esse período houve um revezamento, no executivo federal, entre as oligarquias paulistas (café) e mineiras (leite e maior eleitorado do país), contando com uma pequena participação do Rio Grande do Sul (charque). O povo não teve seus direitos levados em conta, e permanecia nas mãos das classes dominantes sem aproveitar as novas chances da Republica começou então uma série de movimentos (rurais e urbanos) que lutavam por uma melhora do modelo politico existente.
Um desses movimentos foi à guerra do contestado, considerada uma célebre sublevação camponesa que aconteceu em terras disputadas por paranaenses e catarinenses, entre 1912 e 1916. Essa disputa ocorreu devido à rica floresta existente e a extensa plantação de erva mate na região do Contestado. Está área atraiu grandes companhias estrangeiras, coronéis e o poder público que não respeitavam os direitos dos sertanejos que ali viviam e cultivavam e acabavam expulsando-os do local.
Nesse contexto, Miguel Sucena de Boaventura, ex-soldado militar, beato e curandeiro mais conhecido por José Maria, reúne sertanejos vítimas da exploração da classe dominante em uma revolta. Os coronéis da região, o poder público e os estrangeiros começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair mais e mais sertanejos para a causa, foi então que passaram a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região.
Com isso, policiais e soldados do exército foram mandados para o local, com a finalidade de desarticular o movimento. Encerrada a guerra, foi estabelecida uma fronteira entre Paraná e Santa Catarina, assim, segundo o ponto de vista das autoridades, estava terminado o problema do Contestado.
Mais uma vez as oligarquias haviam conseguido usar o exército, mas não para defender o Brasil de ameaças externas, e sim em beneficio próprio, massacrando e perseguindo os sertanejos brasileiros. 
Enfim com o exemplo desta guerra podemos analisar que não havia justiça social nesta época, a insatisfação dos sertanejos era explícita, tinham de aceder as decisões “superiores” e baixar a cabeça perante as classes dominantes, trabalhavam duro e não tinham apoio nem retorno; quando aos “grandes” queriam ampliar seus horizontes e lucros, os trabalhadores padeciam as consequências tendo que abandonar território e sofrendo agressões físicas, havia uma enorme desigualdade entre as classes e os direitos humanos não eram reverenciados.
Portanto, podemos relacionar a “injustiça social” desta época com algumas ações atuais, o Governo Federal brasileiro, o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Prefeitura desta cidade vêm se focando tanto nas grandes mudanças para o recebimento da Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 que deixam a população e suas respectivas necessidades para “escanteio”.  Ao invés de investir na reestruturação das casas nos morros que desabaram com as chuvas, na infra-estrutura de escolas, hospitais, estradas e etc, o Governo se preocupa com a aparência que o Brasil terá para acolher estrangeiros na Copa, postergando as necessidades da sua nação.
Sendo assim a ideia de justiça social no mundo de hoje se limita no fato de votar a cada dois anos. As pessoas não exigem seus direitos e se ousam em exigir não são escutadas, deixando o Governo atuar como bem entende, fazendo o uso verbas que seriam implantadas na estrutura de escolas públicas para voltar para construção de estádios.

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